sábado, 7 de novembro de 2015

O MEU PROJETO PARA A VIDA - Agnes Azul


Sobre o futuro?
Existe tanta coisa que eu me pergunto, por exemplo, se depois deste ano vou simplesmente começar do zero, tudo de novo, fazer novos amigos, basicamente recomeçar tudo outra vez? Para o ano a maioria de nós, vai ter 15 anos, e eu olho para mim e penso ‘E só isto?’. Vou acabar este ano escolar, após todos estes anos a conhecer os meus amigos, só para depois ser obrigada a escolher a área para o que quero fazer profissionalmente, e depois começar tudo do zero?
Havia uma série de coisas que eu com 14/15 anos achava que já poderia ter feito, mas quando penso nisto, apercebo-me que o tempo está a passar tão rápido, e isso é algo que eu não consigo controlar. Acho mau. Honestamente, acho mau ser obrigada a escolher uma área já tão cedo, quando eu não faço a mínima ideia do que quero fazer, acho mau ter que largar os amigos com quem passei tanto tempo só para ter que começar do 0 noutro sítio. No futuro, consigo imaginar-me casada, talvez até com duas crianças, não sei…Acho que é mais ou menos o típico que alguns de nós sonham ter. No entanto, pergunto-me sempre, ‘Então, e se não correr bem como eu estou a imaginar?’ eu, como filha de pais separados, sei o que custa. Eu sei o que é, ligar ao pai por causa de uma coisa regular e na outra linha ouvir ‘ Não podia esperar até ao fim-de-semana?’, eu sei o que é não passar o dia do pai com o pai, há vezes em que fico um mês quase sem ver o meu pai, e nunca fui de férias com ele desde o divórcio. Eu sei o que custa, sentir que só se é filha ao fim-de-semana e que o resto é quase como se não existisse. Eu sei como é. E não sei se algum dia, quero por em risco, os meus filhos (as) a passarem pelo o mesmo. Eu acho que em relação ao futuro eu não sei de nada mesmo. Quer dizer…Existe tanta coisa que pode acontecer que como consequência pode mudar a ideia que tenho hoje do mundo, em si, e de basicamente tudo. Fazer planos para o futuro é frágil, pois é algo que pode ser desfeito em menos de nada. A turma com quem estou este ano, eu estou basicamente com alguns desde o 5º ano, outros desde a pré, e outros só entraram este ano. Estar com pessoas, como eu estou com eles á tanto tempo… é difícil mentalizar-me de que depois vou ter que simplesmente deixá-los. Eu cresci com eles, nós convivemos uns com os outros, e embora sejamos uns idiotas e até ás vezes estúpidos uns pós outros, não faz mal. Porque mesmo disfuncional, para mim eles são como uma segunda família, uma família que não precisou de ser de sangue para me ‘tocar’, porque afinal os amigos, são a família que escolhemos.
Eu sei que isto tudo que escrevi acima é confuso, até para mim o é.

Mas não tenho outra forma de falar sobre  futuro, não consigo falar nele sem falar de todas as hipóteses e alternativas que ele pode ter, e todas as expetativas que todos nós temos do nosso futuro, quer positivas ou negativas.

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